História
Em Portugal no começo do século XIX, a farolagem da costa era muito deficiente, levando os estrangeiros a designá-la por "Costa Negra" e a afastarem-se dela. Como a navegação comercial apenas frequentava os portos de Lisboa e Porto, os naufrágios nas barras do Tejo e Douro eram frequentes.
Por ordem do rei D. Miguel foi criada em 1838 em São João da Foz do Douro, a Real Casa de Asilo dos Náufragos, destinada a casa abrigo para salva-vidas.
Em fevereiro de 1892 um violento temporal assolou a costa portuguesa, tirando a vida a 105 dos cerca de 900 pescadores que estavam em faina.
Perante tal tragédia, e por insistência de S. Majestade a Rainha D. Amélia, foi criado por Carta de Lei de 21 de Abril de 1892, o Real Instituto de Socorros a Náufragos, mantendo-se como presidente a sua fundadora Sua Majestade a Rainha Dona Amélia, até à implantação da República em 5 de Outubro de 1910, passando a designar-se por Instituto de Socorros a Náufragos (ISN).
O ISN começou como uma organização privada, sob a égide da Marinha de Guerra, formada por voluntários.
Por dificuldades de fundos e de pessoal para as suas embarcações salva-vidas passou o ISN a partir de 1 de Janeiro de 1958 a ser um organismo de Estado na dependência da Marinha.
Em Portugal, a prática da natação apareceu a partir de pequenos torneios de verão nas praias mais frequentadas do país. Em 1902, o Ginásio Clube Português fundou na Trafaria uma escola de natação e quatro anos mais tarde, realizou-se a primeira corrida de natação, da meia milha, na baía do Alfeite, para disputar a taça D. Carlos.
É pois, natural que o primeiro registo de apoio a banhistas apareça no relatório da comissão central de 1909 e referido à praia da Trafaria, onde parece ter nascido a modalidade da natação no nosso país. Nele se diz que, para evitar acidentes marítimos, se vai montar um sistema de vigilância com uma embarcação que percorrerá a praia durante os banhos. Os primeiros sistemas foram montados nas praias da Trafaria e da Albufeira.
Em 1910, foram implantados 120 postos de praia que dispunham de duas boias grandes, duas boias pequenas com uma retenida de 25 metros, dois cintos de salvação, uma retenida de 100 metros e, finalmente, um quadro explicativo dos primeiros socorros a prestar aos náufragos.
A vigilância nas praias com embarcação foi-se estendendo lentamente ao longo das praias do país, mas não deixa de ser interessante verificar que nos primeiros trinta anos não há registos de acidentes mortais, o que parece indicar que não só a afluência era pequena como a prática da natação devia ser muito limitada.
Em 1956 realiza-se pela primeira vez um curso de nadadores-salvadores com uma frequência de 90 alunos.
A partir de 1956, os cursos de nadadores-salvadores tiveram um incremento relevante, em consequência da enorme visibilidade associada ao aumento significativo do número de banhistas.
A partir de 2004 o enquadramento legislativo da assistência a banhistas recebeu relevantes desenvolvimentos quer no âmbito da certificação dos Cursos de Nadador Salvador, quer de cursos adicionais na condução de embarcações e motas de água em ambiente de assistência a banhistas. Esta situação incrementou substancialmente as responsabilidades do ISN, exigindo a revisão do seu regulamento interno otimizando-o para a resposta a duas áreas fundamentais:
No âmbito do Salvamento Marítimo o ISN regula a atividade dos Tripulantes de Salva-Vidas nas Estações Salva-Vidas (ESV) atribuídas às Capitanias, definindo o material de salvamento, os procedimentos e instruções para a operação das embarcações sob a coordenação do Capitão de Porto. Atualmente, o dispositivo que o Instituto tem espalhado pela orla costeira nacional é constituído por 31 ESV das quais 27 operacionais, com 15 embarcações SV cabinadas, 41 embarcações SV semirrígidas, para além de botes e embarcações para zonas abrigadas. Fora das ESV o ISN tem também material de salvamento distribuído por cerca de 80 corporações de bombeiros, essencialmente composto por embarcações de zonas abrigadas (semirrígidas de pequena capacidade e botes tipo Zebro II e III).
Heráldica e Símbolos
Brasão de armas do Instituto de Socorros a Náufragos
DESCRIÇÃO HERÁLDICA – Escudo de verde com duas âncoras de ouro passadas em aspa, brocante uma boia dividida em oito setores, alternadamente de prata e vermelho. Pendente do escudo, a medalha da Ordem do Infante D. Henrique (2017). Coronel naval de ouro forrado de vermelho. Sotoposto listel ondulado de prata com a legenda em letras negras maiúsculas, tipo elzevir, «INSTITUTO DE SOCORROS A NÁUFRAGOS».
SIMBOLOGIA – A boia simboliza o meio de salvamento e as âncoras passadas em aspa aludem à condecoração que é conferida pelo Instituto de Socorros a Náufragos.
Bandeira do ISN
Símbolo Histórico
O símbolo Histórico – "SPES" representa em latim esperança e as bandeiras, no mastro, do Código Internacional de Sinais (CIS), utilizado pela navegação marítima, significam o seguinte:
W - Peço assistência médica;
R - O navio está em missão de busca e salvamento (SAR – Search And Rescue);
P - No Porto todas as pessoas devem regressar a bordo pois o navio vai largar.