A embarcação salva-vidas foi recentemente abatida e a cedência dos seus motores surge na sequência de uma solicitação feita pela Associação dos Amigos do Canal.
O salva-vidas “Sota Patrão António Crista” será rebocado hoje, dia 15 de setembro, para os estaleiros de construção naval de Santo Amaro do Pico, onde terá lugar a transferência física dos motores. Está previsto iniciar as operações pelas 08h00 no porto da Horta e, com a colaboração da lancha da baleia “Walkiria”, chegar a Santo Amaro do Pico pelas 12h00.
A embarcação salva-vidas “Sota Patrão António Crista”, UAM 666, foi construída pelo Arsenal do Alfeite, sob o n.º C111, lançada à água em 16 de novembro de 1977 e concluída em 10 de abril de 1978.
Foi construída com autorização da Guarda Costeira Norte-americana, entidade que desenvolveu o projeto dos salva-vidas da classe “Waveney”.
Com o seu casco em aço, media cerca de 13,5 metros e tinha um deslocamento máximo de 18 toneladas. Estava equipada com dois motores de 250 bhp que permitiam uma velocidade máxima teórica de 13 nós.
Foi o primeiro salva-vidas de grande capacidade a estar ao serviço nas ilhas do triângulo.Durante o seu tempo de serviço participou em diversas ações de salvamento e em situações de emergência, de entre as quais se destacam a participação no combate ao incêndio na embarcação “Terra Alta”, em 1978, e no encalhe do “CP Valour”, em 2005.
Foi abatida ao efetivo em 16 de agosto de 2017.
Sobre o seu valoroso patrono é importante que recordemos:
António Rodrigues Crista, nasceu em Matosinhos, em 1898.
Um Homem do mar, tão destemido como conhecedor, merecedor de todo o reconhecimento por uma carreira feita de abnegação, que de resto teve ainda em vida, mas senhor duma humildade que nunca despiu, como é próprio dos verdadeiros heróis.
> Enquanto tripulante de embarcações salva-vidas participou em dezenas de resgates, de entre os quais os mais relevantes são o salvamento da tripulação do lugre dinamarquês “Felix”, naufragado em 1922, a participação no naufrágio do “Gauss” e no naufrágio do “Inga I”, sempre ao serviço do Posto de Socorros a Náufragos de Leixões, onde teve um papel relevante no violento temporal que assolou a área portuária, em 27 e 28 de janeiro de 1937.