No âmbito de uma investigação conjunta e coordenada, com ações operacionais a decorrer durante os meses de junho e julho, foi desmantelada uma rede criminosa transnacional responsável pela captura e introdução no mercado de amêijoa-japónica (Ruditapes philippinarum) contaminada, resultando na detenção de 11 suspeitos. As autoridades apreenderam ainda mais de sete toneladas de amêijoa-japónica, avaliadas em cerca de 150 mil euros, e sete viaturas utilizadas nas atividades ilícitas.
Durante a investigação, foram detatados crimes ambientais e de fraude alimentar, bem como indícios de tráfico de seres humanos para exploração laboral na apanha ilegal, envolvendo frequentemente migrantes em situação irregular.
A investigação revelou que o produto foi capturado ilegalmente no rio Tejo e posteriormente introduzido na cadeia de abastecimento, através de documentação falsificada e sem inspeção sanitária. O destino destas amêijoas incluía mercados e estabelecimentos de Portugal e Espanha, representando risco para a saúde pública, já que o consumo destes bivalves contaminados pode provocar intoxicações alimentares e gastroenterites.
A Polícia Marítima, através da UCIC, desempenhou um papel determinante na identificação das rotas, métodos e ligações transnacionais da rede criminosa, estando em curso outras investigações em diversos países europeus, nomeadamente Itália, França e Países Baixos.
Esta operação constitui um exemplo da cooperação policial internacional eficaz e do empenho das autoridades portuguesas e espanholas, com o apoio especializado da Europol, no combate à criminalidade organizada e à ameaça que representa para o meio ambiente, para a economia e para a saúde dos consumidores.