No dia 28 de agosto, por precaução, e como não é habitual a presença desta espécie nas águas de São Martinho do Porto, a bandeira vermelha continuou içada, tendo a Polícia Marítima da Nazaré, em conjunto com os tripulantes da Estação Salva-vidas da Nazaré e os nadadores-salvadores em serviço, montando um dispositivo no mar, com três embarcações, e em terra, com duas viaturas todo-o-terreno e pessoal apeado que, durante o dia, atuou de modo a evitar que outros banhistas sofressem lesões.
Até ao final do dia 28, nomeadamente no período de enchente da maré, foram detetados e recolhidos sete espécimes.
Na manhã de hoje foram efetuadas buscas, tanto por terra como por mar, não sendo detetados quaisquer exemplares de caravela-portuguesa, tendo, por decisão do Capitão do Porto, e por prevenção, às 10h00 horas sido hasteada a bandeira amarela e indicado um reforço de atenção, por parte dos nadadores-salvadores para, em caso de algum avistamento, reportarem imediatamente.
Autoridade Marítima Nacional alerta para, em caso de ser avistada a caravela-portuguesa, evitar o contacto com este organismo. No caso de haver contacto os banhistas deverão ter em conta alguns procedimentos, nomeadamente:
- Não esfregar ou coçar a zona atingida para não espalhar o veneno;
- Não usar água doce, álcool ou amónia;
- Não colocar ligaduras;
- Lavar com cuidado com soro fisiológico;
- Retirar com cuidado os tentáculos (caso tenham ficados agarrados à pele) utilizando luvas, uma pinça de plástico e soro fisiológico;
- Aplicar uma camada fina de pomada própria para queimaduras, quando em contacto com as águas vivas;
- Consultar assistência médica o mais rapidamente possível.
Os sintomas da picada da caravela-portuguesa são dor forte e sensação de queimadura (calor/ardor) no local e ainda irritação, vermelhidão, inchaço e comichão. Algumas pessoas, especialmente sensíveis às picadas e venenos das caravelas portuguesas, podem ter reações alérgicas graves, como falta de ar, palpitações, cãibras, náuseas, vómitos, febre, desmaios, convulsões, arritmias cardíacas e problemas respiratórios. Nestes casos devem ser encaminhadas, de imediato, para o serviço de urgência.
A caravela-portuguesa tem o nome científico de "Physalia physalis" e vive na superfície do mar graças ao seu flutuador cilíndrico, azul-arroxeado, cheio de gás. Os seus tentáculos podem atingir 30 metros e o seu veneno é muito perigoso.
