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Esclarecimento da Marinha e AMN - Naufrágio da embarcação Olívia Ribau

09 out 2015 11:50

1. Na sequência das declarações vindas a público, criticando as operações de socorro após o naufrágio da embarcação de pesca Olívia Ribau, a Autoridade Marítima Nacional (AMN) vem reafirmar que as decisões tomadas foram inequivocamente as mais adequadas face a todos os fatores presentes.

2. ​A Estação salva-vidas da Figueira da Foz dispõe de duas embarcações de socorro, sendo que uma delas se encontra em período de manutenção.

3. A segunda embarcação tipo semirrígida, é a mais adequada para o cenário em causa face a sua capacidade de manobra, potência e velocidade. Esta embarcação esteve sempre disponível como foi atestado por múltiplas imagens recolhidas no local e amplamente difundidas pelos órgãos de comunicação social.

4. A AMN vem reforçar que a opção da não utilização de um meio propulsionado com hélices, numa situação de ondulação extremamente forte, junto ao molhe exterior do porto, com artes de pesca, redes e cabos na água, e ainda com visibilidade reduzida é a mais racional, lógica e tecnicamente adequada às circunstâncias.

5. Neste caso em particular, não existe relação entre as questões relacionadas com as embarcações salva-vidas e o tempo e forma de resgate efetuado.

6. A Marinha e a AMN reafirmam que após qualquer operação de socorro, é procedimento interno realizar uma avaliação com o objetivo de identificar lições aprendidas e/ou apurar possíveis responsabilidades.

7. Este procedimento será feito nesta situação como em todas as outras e não se poderá depreender por isso que existe por parte dos responsáveis, qualquer suspeita de uma qualquer conduta incorreta.

8. Mais uma vez a Marinha e a AMN lamentam as mortes ocorridas. Todos nós que fazemos do mar a nossa profissão sentimos, compreendemos e partilhamos a dor dos familiares e amigos das vítimas.

9. No entanto, reafirmamos a necessidade, de uma vez por todas, da implementação de uma cultura de segurança, que aumente as probabilidades de sucesso em emergências desta natureza. Aliás, em consonância com as campanhas de sensibilização desenvolvidas pela Marinha e a AMN junto da comunidade piscatória, como é o exemplo do programa "mar seguro" que está a ser desenvolvido em colaboração com a Associação Pró-Maior Segurança dos Homens do Mar.

10. Exemplos negativos da falta desta cultura e recorrentes neste tipo de acidentes no mar são:

  • Não utilização de coletes pelos tripulantes em momentos de risco elevado, que diminui imenso as probabilidades de sobrevivência na água não dando tempo para que o resgate se efetue;

  • Entrar numa barra condicionada por condições de mar adversas, com o material não peado (não arrumado, preso e devidamente acondicionado) provoca invariavelmente para além do aumento da instabilidade, a libertação destes materiais à volta da embarcação quando esta se vira ou afunda, impossibilitando muitas vezes a chegada do socorro por via marítima, em segurança, junto da embarcação sinistrada;

  • A decisão de operar em situações limite de alto risco, em oposição a esperar melhores condições, tem sido também recorrente.