O Plano Geral de 1883 incluía a criação na Ponta do Topo de um farol de 4ª ordem, produzindo luz fixa com clarões, cujos alcances luminosos em estado médio deveriam ser de 13,5 milhas para luz fixa e 19 para os clarões.
O projeto do farol data, porém, apenas de 1925, sendo da autoria do engenheiro José Joaquim Peres. A obra seria orçamentada em 330 contos, ao passo que o aparelho e lanterna importariam em 745.000 francos franceses.
A edificação do farol foi precedida, em 1923, da compra por dezasseis mil escudos dos terrenos precisos aos respetivos proprietários, Jerónimo Pereira Cardoso, Francisco Pimentel de Noronha, Maria Inez Soares e António Joaquim dos Reis.
O farol entrou em funcionamento em 15 de julho de 1927, na Ponta do Topo, ponta Sueste da Ilha de S. Jorge. Tem uma torre com 16 metros de altura e 58 metros de altitude. Foi equipado com um aparelho lenticular de 3ª ordem, grande modelo (500 mm distância focal), de rotação, sendo a fonte luminosa um eclipsor a gás BBT e tinha como reserva a incandescência pelo vapor de petróleo e um candeeiro de nível constante. A rotação da ótica era produzida através da máquina de relojoaria.
Foi eletrificado em 1957, através de grupos eletrogéneos, tendo durante algum tempo fornecido energia elétrica à igreja da freguesia do Topo, «sem prejuízo para o farol». A fonte luminosa passou então a ser uma lâmpada elétrica de 3000 Watts, que se propunha garantir um alcance luminoso de 44 milhas. Não obstante esta entrada do farol na era da eletricidade, a rotação da ótica continuou a ser assegurada pela velha máquina de relojoaria, cujo peso demorava sete horas a atingir o fim do seu curso.
Este farol foi um daqueles em que mais se fizeram sentir os efeitos do sismo de 1 de janeiro de 1980: a casa dos motores e uma das casas de habitação ruíram por completo, soterrando todo o recheio, ficando a ótica gravemente danificada por ter sido arrancado o respetivo pedestal. Tornou-se assim necessário substituí-la integralmente, montando-se uma ótica fixa que em tempos tinha equipado o farol de Esposende.
Em 1987 instalou-se um moderno sistema constituído por um pedestal rotativo de óticas seladas (PRB-46), que podia funcionar a baterias em caso de falha dos motores elétricos.
O farol foi eletrificado em 1989 com energia da rede pública.
O PRB-46 acabou por ser retirado em 2001 e montado em seu lugar um novo aparelho (TRB-400), ficando automatizado com este sistema.
LOCALIZAÇÃO: Na ponta SE da Ilha de S. Jorge
FUNÇÃO: Costeiro
ESTABELECIMENTO: 15 Julho de 1927
LATITUDE: 38º 32,94´N – 38º 32,93’ N (WGS)
LONGITUDE: 27º 45,34´W – 27º 45,28’ W (WGS)
ALTURA: 16 Metros
ALTITUDE: 58 Metros
ALCANCE: 20 Milhas (37 KM)
CARATERÍSTICA: FI (3) W 20s
ÓPTICA 3ª Ordem (500mm distância focal).